O hino dos palmeirinhas nasceu logo no primeiro ano de vida do grupo. Trata-se de uma adaptação de uma canção popular, que é cantada um pouco por toda a Beira e que se encontra também no reportório da canção “popular/estudantil” de Coimbra. No original ("Não te encostes à parreira") também já ouvi "figueira".
É uma canção com um certo tom brejeiro e é cantada originalmente no feminino (é uma ela que canta para um ele). De notar que existe uma mensagem subliminar de “não te agarres ao pau”, agarra-te a mim para eu me consolar. De notar ainda que em linguagem popular um consolo é um “modernamente chamado dildo”.
O Palmeirinha reconhece a carência de tanta e tanta mulher honesta por um pouco de consolo, adopta assim este hino, cantando-o com orgulho e anunciando que a partir desse momento está inteira e devotamente dedicado a fazer gemer, gritar e, por fim, fazer sorrir satisfeita, e quem sabe agradecida, essa mulher carente e triste no meio da multidão.
Consciente da mudança dos tempos “Panta Rei”, o refrão do hino Palmeirinha, depois de cantado na sua versão mais pura e iniciática, reinventa-se e traduz-se na linguagem que em cada tempo é percebida pela mulher carente, renovando-se sempre na promessa de uma mulher feliz. Atente-se no refrão de acordo com recolha de finais do séc. XX, mais exactamente 1998:
«Ai agora é qu'eu te...
É qu'eu te...
[As observações pertinentíssimas, acima, são da autoria do Sr. Presidente!]
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